Janeiro, tempo de praia, lazer e, sobretudo, férias. Mas também é o mês em que os jogadores de futebol voltam a trabalhar, o mês em que começam todos os estaduais – que já foram muito mais importantes outrora. E com os estaduais vêm também as contratações, novos treinadores, e várias novidades na maioria dos times.
Nos principais campeonatos do Brasil, o carioca e o paulista, muitas novidades, principalmente no Paulistão. O Santos foi o que trouxe mais reforços (era, talvez, o time mais fraco dos grandes). O excelente volante chileno Maldonado e o goleiro Fábio Costa foram as principais, junto com o atacante Reinaldo, ex-São Paulo. No Palmeiras, algumas contratações de relativo peso: o lateral-artilheiro Paulo Baier, ex-Goiás, e o “Animal” Edmundo foram as principais. Já Corinthians e São Paulo trouxeram poucos nomes: o atacante Rafael Moura, ex-Paysandu, e Xavier, ex-volante do Vitória, da Bahia, reforçam o alvinegro, enquanto o campeão mundial trouxe apenas o meia Rodrigo Fabri, apesar de ainda procurar um substituto para Cicinho. Um destaque também para o São Caetano, que trouxe de volta Adhemar, maior artilheiro da história do clube, e tem tudo para trazer o meia Rosembrick, que foi destaque da Série B de 2005 pelo Santa Cruz.
Já no Rio de Janeiro, poucas novidades. O Vasco trouxe os meias Fábio Baiano, ex-Flamengo e Corinthians, e Ramon, que estava no Botafogo, e o lateral Léo Inácio, ex-Flamengo. No rival vermelho e preto, algumas contratações de expressão: R onaldo Angelim, bom zagueiro ex-Fortaleza, e os ex-Fluminense Juan e Toró. No Botafogo, o meia Lúcio Flávio, ex-Paraná e Coxa, e o lateral Neném são os únicos reforços. Nas Laranjeiras, chegaram alguns bons nomes. Os laterais Rogério, ex-Corinthians, e Jean, que estava no Feyenoord, chegam para substituir os do ano passado. Junto com o goleiro Diego, ex-Atlético Paranaense, são as principais contratações do “Flu” para a temporada.
Em Belo Horizonte também foi formado um grande elenco: o Cruzeiro. No ano do aniversário de 85 anos do clube, o presidente Alvimar Perrela decidiu soltar o dinheiro e trazer reforços de peso. A “Raposa” trouxe os atacantes Araújo, que segundo a IFFHS foi o maior artilheiro do mundo em 2005 (33 gols em 33 jogos pelo Gamba Osaka, do Japão), Élber, que fez história no futebol alemão, e o habilidoso Gil, ex-Corinthians. Trouxe também o volante Jonílson, depois de uma complicada negociação com o Botafogo. Além de todos esses reforços, o Cruzeiro ainda conseguiu manter a maioria dos seus jogadores da última temporada (apenas três do time titular saíram), o que o torna um potencial candidato às conquistas importantes de 2006.
Apesar de terem perdido muita importância nos últimos anos, devido à sua baixa rentabilidade, os campeonatos estaduais ainda são um bom teste para os clubes, que aproveitam para avaliar se seus plantéis são suficientes para o restante da temporada. Outra grande vantagem dos estaduais – e, talvez, o principal motivo pelo qual eles existem até hoje – é sua capacidade de manter as rivalidades locais acesas. Uma excelente alternativa ao prejuízo dos estaduais seria a volta dos bem-sucedidos campeonatos regionais, que fez sucesso em todas as regiões do Brasil, empolgando a todos, levando gente aos estádios e, principalmente, dando renda aos falidos clubes brasileiros. Porém, apesar de todos esses empecilhos, a expectativa é que tenhamos excelentes campeonatos estaduais, com um bom nível técnico e, principalmente, diversão a todos os amantes do futebol.