A partir do dia 11 de dezembro, começa o campeonato mais esperado pelos clubes de todo o mundo (com exceção, talvez, dos europeus): o Campeonato Mundial de Clubes da FIFA, que será realizado pela segunda vez e terá a participação de clubes de todos os continentes: o Sydney, da Austrália, o Deportivo Saprissa, da Costa Rica, o Al-Ahly, do Egito, o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, o Liverpool, representante da UEFA, e o São Paulo, representando a América do Sul. O campeonato, que se realizará no Japão, – por isso, serão mais alguns jogos madrugada adentro – terminará no dia 18 do mesmo mês, com a final, que ocorrerá no Estádio de Yokohama.
Os clubes dos “continentes secundários”, como se pode chamar Ásia, Oceania, África e América do Norte, basicamente só têm uma pretensão: se firmar no cenário internacional. Alguns desses times se reforçaram, como o Al-Ittihad, que foi montado com os famosos petrodólares. Conseguiu reforçar seu plantel com vários jogadores brasileiros, entre eles Tcheco, ex-Santos, e Pedrinho, ex-Palmeiras. Já o Al-Ahly, conta com um time entrosado, sem maiores destaques, mas com um grande feito: está há 50 jogos invicto, contando o campeonato nacional e a Copa dos Campeões Africana. Já os outros dois, não prometem muita coisa, a não ser que ocorra uma grande zebra. O Sydney tem tudo para ser o pior time do campeonato: não tem uma origem muito tradicional, como o Al-Ittihad, nem tem uma marca importante, como o representante egípcio, muito menos disputou um campeonato difícil, como o Saprissa. Tem tudo para ser eliminado logo na primeira fase.
O maior favorito é o Liverpool. O time inglês vive uma boa fase, tanto na Premier League, na qual está na terceira colocação, perdendo apenas para o quase imbatível Chelsea e para o também favorito Manchester United, quanto na Liga dos Campeões, em que ocupa a liderança do seu grupo, inclusive à frente do Chelsea. Conta com um elenco invejável, com bons jogadores em todas as áreas do campo (Dudek, Hyypia, Luis Garcia, Cissé e Morientes, entre outros), e com um craque: Steven Gerrard, o cérebro do meio-campo dos ‘Reds’. Vai enfrentar o vencedor do confronto entre Deportivo Saprissa e Sydney, e certamente não deve ter problemas para chegar à final.
Outro grande favorito é o São Paulo, que também possui um bom elenco, mas não parece ter um elenco de nível mundial, como o outro favorito. A impressão que todos têm à primeira vista é que o São Paulo enfrentará problemas para vencer esse mundial, principalmente na provável final com o Liverpool. O time inglês parece ser superior, mas o São Paulo tem razoáveis chances de ser campeão. As qualidades do tricolor paulista todos já sabem: tem um bom goleiro, uma zaga que passa segurança, uma excelente dupla de volantes, dois grandes alas e bons atacantes, incluindo um que pode fazer a diferença: Amoroso. O ponto mais fraco do time parece ser a armação, que não está tão bem quanto deveria, nos pés de Danilo. O time também tem alguns trunfos no banco: o excelente goleiro Bosco, recém-contratado, o polivalente Souza e os bons atacantes Aloísio e Thiago, este que parece ser uma boa promessa tricolor. O tricolor, se não arrumar problemas com o vencedor de Al-Ittihad e Al-Ahly, deve enfrentar o Liverpool na final. Resta saber se esse time será suficiente para conquistar o título.
Esse torneio promete ser bem disputado (provavelmente só a partir das
semi-finais), mas será uma alegria em particular para os brasileiros – faz tempo
que um clube nacional não disputa um torneio com times europeus; o último foi o
Corinthians, que disputou esse mesmo torneio em 2000 e foi campeão, vencendo o
Vasco da Gama na final. Desde então, só times de outros países da América do Sul
têm conseguido essa façanha. Espera-se que o campeonato seja no nível esperado,
com grandes jogos, e se possível com uma boa campanha do representante
brasileiro. Mas sabemos das dificuldades que ele terá: vai enfrentar equipes de
alto nível, que certamente trarão problemas. Que vença o melhor!
