Neymar

 Ao longo dos últimos anos, pudemos acompanhar um sem-número de jovens astros surgidos no futebol brasileiro e mundial. Desses que já geram interesse da imprensa antes mesmo de despontar nos elencos profissionais de seus clubes, e frequentemente se envolvem em (especulações de) transferências milionárias para clubes do exterior ainda sendo menores de idade. Esse fenômeno, síntese do atual futebol brasileiro, vem acontecendo em decorrência da Lei Pelé, que deixa nossos clubes desprotegidos do assédio vindo do futebol europeu.

 Devido a esse amadurecimento forçado desses jovens, tem sido interessante acompanhar a evolução das carreiras destas promessas. Alguns - como Daniel Alves, que saiu aos 18 anos do Bahia para conquistar a Europa e o Mundo até chegar à amarelinha, ou Rafael, lateral direito do Fluminense que foi contratado pelo Manchester United aos 17 anos (antes mesmo de jogar pelos profissionais) e hoje, aos 19, é titular do time - souberam lidar com a pressão de sair cedo do país, do assédio e da cobrança da mídia e da torcida e hoje estão com carreiras consolidadas ou, no mínimo, bem encaminhadas no futebol mundial.

 Já outros não tiveram o mesmo êxito e maturidade, e hoje sofrem o inferno de uma carreira fracassada antes mesmo de iniciada, às vezes. É o caso emblemático do ex-corintiano Lulinha, um dos maiores artilheiros da história das categorias de base corintianas (e jogando de meia!). Antes pretendido por times como Chelsea e Real Madrid, hoje joga no Estoril, time que briga para não ser rebaixado na Segunda Divisão portuguesa.

 O destino de Lulinha não parece ser o que se reserva para Neymar. Logo ele, que desde os 14 anos sofre enorme assédio da imprensa. Que desde os 15 anos tem um contrato de imagem com o Santos de US$ 25 mi, e que ao completar 16, assinou outro com multa rescisória aproximada de R$ 128 mi. Ele, que estreou no time principal do Santos ainda aos 16 anos, logo após assinar tal contrato, no início do ano passado. No entanto, todos esses obstáculos não foram suficientes para brecar seu talento.

 Dono de técnica refinada, agilidade e finalização incríveis para a idade, Neymar se transformou no protagonista do Santos neste início de 2010. Agora, com a chegada de Robinho, deve assumir o papel de "coadjuvante de luxo", o que não deve ser demérito para um menino de 18 anos recém-completados. Artilheiro do campeonato paulista deste ano, Neymar apresenta um faro de gol incomum, ainda mais se considerarmos que sua função em campo não é exatamente a de um artilheiro, já que tem muito mais características de um atacante de movimentação.

 Assim, Neymar mostra que não é apenas mais um atacante com estilo semelhante ao de Dagoberto ou Robinho, que têm técnica, mas não têm um traço marcante de artilheiro. Juntando sua habilidade e velocidade à sua finalização apurada, ele se apresenta como um atacante completo. Uma única ressalva deve ser feita: apesar de ser habilidosíssimo e praticamente colar a bola no pé, Neymar deve entender que a finta é apenas um recurso do futebol, e não o futebol em si. Quando aperfeiçoar esta característica de seu jogo, ele terá tudo para triunfar no futebol mundial.

 A habilidade de Neymar, somada ao talento de outros jogadores santistas como o goleiro Felipe, o zagueiro Durval, o lateral Leo, o meia Paulo Henrique e Robinho, a estrela da companhia, devem conduzir o Santos a grandes objetivos neste ano. Só nos resta torcer para que ainda possamos acompanhar de perto a evolução deste craque em potencial, antes que algum gigante europeu o leve para suas fileiras. Aliás, já tem muita gente de olho, hein...

Música do vídeo:
Linkin Park - Faint

Foto por: Flickr do Santos FC

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O gol de cabeça de Parlemo de quase do meio-campo Coletânea de jogadas de Neymar